Plano de demolição choca moradores da Fonte da Telha
Os moradores da Fonte da Telha (Almada) estão indignados com o Plano de Pormenor que prevê a demolição de quase todas as construções existentes na Arriba Fóssil da Costa da Caparica e zona das dunas. “Sair daqui era o fim da minha vida. Não me sinto bem em lado nenhum. Nasci aqui e quero morrer aqui”, diz Hélder Silva, 52 anos, antigo pescador e proprietário de um dos restaurantes que deverá ser demolido, de acordo com o plano, que está em consulta pública até 12 de novembro. Rodeado pela família (mulher e filhos) que trabalham no estabelecimento, questiona: “O que vou fazer com 52 anos?” Também revoltado está José Augusto Santos Silva, 68 anos, pescador reformado. “Há três ou quatro gerações de pescadores a viver aqui e agora querem tirá-los. Os meus pais nasceram aqui e eu sempre vivi aqui. Mas gostava de ver isto melhor antes de morrer”, diz o antigo homem do mar, que teme que os pescadores reformados sejam desalojados e não tenham direito a realojamento. “Esta é uma localidade que existe há mais de 100 anos. Neste momento há pescadores que já não estão no ativo, que lhes acontece? A minha família sempre viveu unida, mas o meu filho é pescador e a minha filha cabeleireira. Ele fica, ela não. Não me parece uma forma equitativa de tratar as pessoas. Isto é desgastante”, diz Adriano Galinho, 50 anos, residente na Fonte da Telha há mais de 20 anos. Mais otimista está Nuno Vieira, 45 anos, a residir ali há 10 anos. “Esperemos que não vá abaixo. Com a câmara [de Almada] nunca tivemos nenhuma reunião, mas sabemos do plano”, conta. Ao CM, vários residentes dizem não ter licença de habitação, mas que têm escritura do terreno e pagam Imposto Municipal sobre Imóveis.
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