Na aldeia de Aimé Barroyer

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Na aldeia de Aimé Barroyer

Boa comida, feita com produtos locais e de forma caseira, sempre servida com boa disposição: eis os ingredientes do Rambóia, o restaurante de Aimé Barroyer na Costa da Caparica

“Fui sempre muito irreverente, nunca segui as tendências. Defendi sempre uma identidade própria”, diz o chefe de cozinha francês Aimé Barroyer, que, em meados de julho, abriu o restaurante Rambóia, na Costa da Caparica. É com uma t-shirt e uns calções vestidos que se apresenta aos amigos e clientes, na sua cabana (como gosta de lhe chamar) junto à Praia do Dragão. “Para mim, o mar é essencial, se não o vejo uma vez por dia não fico bem. Mas não sou de ficar na areia”, diz, justificando a sua vinda para aqui, depois de passar pelas cozinhas do Pestana Palace e do Tavares, em Lisboa. Aos 55 anos, abre assim o seu primeiro restaurante, em parceria com o amigo Roger Branco, responsável pela cadeia Hamburgueria do Bairro, e com a ajuda de Tomás Pires na cozinha e de Vinicius Silva na sala. “Era o meu sonho”, resume.

No Rambóia, não é só a roupa de Aimé Barroyer que reflete o espírito descomprometido a ementa e a decoração da sala seguem a mesma “linha”. Há cadeiras e mesas desemparelhadas, pensamentos do dia escritos no vidro por cima da cozinha, um bar logo à entrada e uma esplanada espaçosa e bonita, em tons de branco.

Numa zona em que muitos restaurantes apostam nos pratos de peixe, Aimé Barroyer sugere sobretudo carne. O entrecosto, a entremeada e o borrego destacam-se na ementa, vindos diretamente do Talho da Maria, no concelho do Seixal. Mas estes não são os únicos produtos a chegar bem frescos ao restaurante. Aqui, garante o chefe de cozinha, encontra-se, por exemplo, o melhor tomate, em pequenos produtores locais: “Tal como a carne, também não têm que atravessar a ponte”, conta, em tom de brincadeira.

“Não quero dar comida a gente infeliz. Quero que seja a verdadeira ramboia na mesa”, sublinha. Por isso, a lista apresenta opções, divididas em seis temas, para todas as horas do dia, apetites e gostos. Em “Tiro de Partida”, há pickles de sete legumes, salgado e adocicado e salada de ovas, tomate, cebola roxa e coentros; em “É de lamber os dedos”, servem-se moelada de frango, chouriço, piripíri e cerveja preta, bem como croquetes de alheira de Vinhais e mexido de espinafres.

“Há sopas, saladas e bife tártaro” inclui gaspacho na caneca e pão frito e coucouz, salmão fumado, pepino, lima e hortelã, enquanto em “É no pão talheres para quê?” a escolha faz-se por várias sandes (em baguete), uma tosta (no pão de caco), um hambúrguer e uma francesinha. “Traga o tacho partilhar é que é bom” tem os pratos principais, carolino malandro de polvo e coentros e o guisadinho de borrego, batata-doce, ervilhas e hortelã. Por fim, leite-creme queimado, maçãzinhas assadas e os gelados, finalizam a refeição, com o lema “No Rambóia o final é sempre doce”.

“A Costa da Caparica é uma aldeia, as pessoas que vivem na Margem Sul têm uma forma de estar diferente. Em Lisboa, são mais conservadoras”, aponta Aimé Barroyer, que, no entanto, não dispensa a capital e continua à procura do local certo para também aí “espalhar” a ramboia.

Mário João

Rambóia > Av. General Humberto Delgado, 7D, Costa da Caparica > T. 21 405 9612 > seg, qua-sex 18h-24h, sáb-dom 12h-24h

Entrecosto no forno com molho churrasco e chips

Entrecosto no forno com molho churrasco e chips

Carolino malandro de polvo e coentros

Carolino malandro de polvo e coentros

http://visao.sapo.pt/actualidade/visaose7e/comer-e-beber/2015-11-13-Na-aldeia-de-Aime-Barroyer

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