Almada: Joana Mortágua desafia candidaturas autárquicas a defenderem Metro…
Decorreu neste sábado, 29 de abril de 2017, a apresentação da candidatura do Bloco de Esquerda ao concelho de Almada, num jantar com a participação de mais de cem pessoas. Na iniciativa, intervieram a deputada Joana Mortágua, que encabeça a lista para a Câmara Municipal de Almada e Carlos Guedes que é o primeiro candidato à Assembleia Municipal. A encerrar interveio a coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins que, para além de saudar a candidatura, falou sobre o relatório do grupo de trabalho sobre a dívida, afirmando que “apresenta soluções para libertar recursos para o próximo Orçamento” (ver notícia aqui).
“Somos a diferença das soluções novas”
Joana Mortágua começou por apontar que a candidatura bloquista “tem raízes profundas nas lutas de Almada” e que tem um projeto alternativo com dois eixos: o primeiro, é “recusar a direita e as políticas de direita”. “Se nos esquecessemos do que a direita fez neste concelho, ela encarregou-se de nos lembrar pois escolheu Maria Luís Albuquerque [ministra das Finanças do Governo PSD/CDS-PP] para encabeçar a lista à Assembleia Municipal de Almada”, salientou a candidata.
“O segundo eixo é não nos conformarmos com o habitual. Uma gestão estagnada dificilmente terá soluções novas e por isso nós somos essa diferença. Somos a diferença das soluções novas”, afirmou Joana Mortágua.
Desafio para a defesa do Metro Sul do Tejo
“Que se pronunciem, que façam vencer dentro dos seus partidos, que tomem a posição da defesa do metro sul do Tejo. Que todas as candidaturas que agora concorrem a Almada digam se estão de acordo e se vão ou não lutar por um metro sul do Tejo que una os concelhos que prometeu unir e que una da Costa da Caparica até à Moita, para que as populações destes concelhos tenham a mobilidade que é seu direito”, desafiou Joana Mortágua.
A deputada defendeu ainda, na área dos transportes e da mobilidade, a reposição do transporte fluvial noturno e apontou que a Câmara Municipal “tem de dar respostas em matéria de mobilidade no concelho”, salientando que o Bloco não esquece que “40% da população na Trafaria não conduz, não tem acesso a carro”.
“A população da Trafaria, como a população da Cova do Vapor, como a da Sobreda ou da Charneca têm direito a viver na cidade e para viver na cidade têm de ter possibilidade de se mover dentro do concelho”, sublinhou Joana Mortágua.
“Dos poucos concelhos que ainda não cumpriu o PER assinado em 1993”
“Almada é um dos poucos municípios que ainda não cumpriu o Programa Especial de Realojamento (PER) assinado em 1993”, afirmou Joana Mortágua, acrescentando que daqueles que não cumpriram, é o que tem mais famílias por realojar. Do recenseamento de 1993 “faltam realojar mil famílias em Almada, fora aquelas que é necessário recensear e realojar dos bairros que, entretanto, surgiram”, sublinhou.
“O que isto quer dizer é que ainda existem barracas em Almada. E não há justificação nenhuma para que um concelho como Almada, com as finanças que tem, com a gente que tem, com a capacidade que tem, com a solidariedade que tem, subsista com bairros de barracas. E essa é uma das lutas que continuaremos a travar e, por isso, queremos um programa de realojamento e um programa de recuperação da habitação municipal”, defendeu Joana Mortágua.
“Soluções novas para problemas velhos”

Joana Mortágua afirmou que na habitação ou nos transportes será preciso “imaginação” para encontrar “soluções novas para problemas velhos”, o mesmo acontecendo noutras áreas, como a social, a cultural, no património ou no ambiente.
“Dizendo que é preciso limpar as zonas ribeirinhas. Dizendo uma coisa e fazendo uma luta que a Câmara ainda não fez como devia ser feita: que é juntarmo-nos às vozes que exigem fechar Almaraz, porque o Tejo desagua-nos aos pés e uma desgraça no Tejo também nos vai desaguar aos pés. E é por isso que Almada tem de ser uma das vozes mais fortes na luta contra a central nuclear de Almaraz e contra a energia nuclear”, defendeu a deputada.
“Queremos uma democracia de alta intensidade, essa democracia constrói-se com orçamentos participativos, com referendos locais, com transparência nas decisões que são tomadas”, apontou também Joana Mortágua.
Na sua intervenção, Carlos Guedes, cabeça de lista à Assembleia Municipal de Almada apontou que o Bloco não a qualidade de vida dos bairros sociais, onde há “ruas sujas, abandonadas” e em que “as pessoas fazem o melhor mas não têm resposta da autarquia ao encontro das suas necessidades”.
“Ajudámos de forma decisiva, o que é algo que não podemos esquecer, a que se iniciasse o realojamento de várias famílias nas Terras da Costa”, salientou também Carlos Guedes.