NADADORES-SALVADORES QUEREM PRAIAS SEGURAS ASSIM QUE O SOL AQUECE
Entre janeiro e maio já morreram 36 pessoas vítimas do mar em praias portuguesas.
Alexandre Tadeia, presidente da Federação Portuguesa de Nadadores Salvadores (FEPONS) já referiu que, situações como a da última semana, marcada por quatro mortes nas praias, uma delas na Costa da Caparica, são consequência de dois fatores: “a falta de cultura de segurança aquática dos portugueses e um sistema de época balnear baseado em datas e não nas condições climatéricas e afluência dos banhistas. O que retira a vigilância das praias durante a maior parte do ano”.
Algo que poderia mudar com a contratação de nadadores-salvadores sob a responsabilidade das autarquias e não apenas dos concessionários de praia, que têm recursos limitados. “O que levaria a uma melhor agilização de recursos”, no parecer do presidente da FEPONS.
As autarquias podem, de facto, começar a época balnear a 1 de maio, “tudo depende das datas que decidem remeter em novembro à Agência Portuguesa do Ambiente” refere António Santos, da Associação de Nadadores Salvadores da Fonte da Telha – Projeto Âncora, reiterando a tomada de posição de Alexandre Tadeia sobre uma questão de segurança e bem-estar para toda a população. O nadador salvador destaca também que, “após os incidentes desta semana, neste momento, já há vigilância a ser feita pelos fuzileiros desde a Fonte da Telha à Costa da Caparica. Mas, para já, é apenas um reforço até ao início da época balnear”.
Exigir novas datas para a época balnear e mais segurança para banhistas
No que diz respeito ao plano de ação e vigilância, António Santos, do Projeto Âncora, considera que “este não deveria decorrer até 30 de setembro, mas apenas até dia 15. Porque é um mês mais fraco em termos de afluência. Fazia sim, todo o sentido, iniciar a nossa atividade em maio”.
Quanto ao plano de vigilância que é da responsabilidade do Projeto Âncora, o nadador-salvador refere que “é aplicado há muitos anos com sucesso”. Contando com o apoio das Câmaras de Almada e Sesimbra. Até ao momento, “da parte da Câmara Municipal do Seixal, ainda não foi possível obter apoio para a vigilância nas praias, embora a Fonte da Telha seja uma praia muito frequentada pela população do concelho”.
A vigilância e assistência que o Projeto Âncora presta aos banhistas da praia da Fonte da Telha abrange áreas concessionadas e não concessionadas, na totalidade do território. Com saídas de emergência sinalizadas, meios centrais para uma ação rápida com recurso a moto quatro, equipamento de reanimação e sistema de rádio.
Uma organização que tem permitido manter a Praia da Fonte da Telha entre as áreas balneares sem vítimas de afogamento nos últimos anos. “Temos casos de pré-afogados. Mas a assistência é rápida e com o equipamento que temos conseguimos reanimação ou salvamento eficaz, sem necessidade de recuperação respiratória”.
António Santos declara que, neste momento, a maior necessidade dos profissionais que atuam nesta área é, sem dúvida, ter verba e autoridade para atuar durante o inverno e primavera. “Ou pelo menos, na época da Páscoa que, num ano atípico como este, na Fonte da Telha parecia Julho, dada a afluência de banhistas”.
A mesma situação estende-se até às praias da frente da Costa da Caparica. “A nossa última reunião com a Câmara Municipal de Almada foi no sentido de termos apoio financeiro para fazer vigilância em área não concessionada”. Ao que a autarquia responde com a possibilidade de aplicar verbas nas áreas da frente da Costa, onde habitualmente já coloca pessoal durante a época balnear.
O Seixalense/ZoomOnline