PORTUGUESES AO ATAQUE NO MUNDIAL E EUROPEU
Serão mais de três centenas os surfistas a competir nas ondas da Costa de Caparica entre amanhã e sexta-feira. Entre eles, mais de três dezenas são portugueses, divididos pelas provas masculinas e femininas do QS1000 do circuito mundial de qualificação da World Surf League e da segunda etapa do Pro Júnior europeu. As duas provas servem de ponto alto no Caparica Primavera Surf Fest e, tal como no ano passado, vão colocar a nata do surf europeu a lutar pelo triunfo final.
A prova masculina do Caparica Pro tem, até ao momento, 18 portugueses inscritos. O açoriano Jácome Correia (154º mundial) surge como 4º cabeça-de-série e o português mais bem posicionado. A ele juntam-se ainda nomes como os de Ruben Gonzalez, Henrique Pyrrait, Frederico Magalhães, João Moreira, Afonso Antunes, Pedro Coelho ou os wildcards locais Gonçalo Vieira e Tomás Ribeiro. Quem voltará a competir na Caparica é o espanhol Gony Zubizarreta. Natural da Galiza, mas residente em Portugal, é o único surfista do top 100 na Caparica e vai tentar revalidar o título.
Já na prova feminina é a bicampeã nacional Carol Henrique, que terminou 2017 em 26ª do Mundo, que surge com o estatuto de 1ª cabeça-de-série. A francesa Justine Dupont, campeã em título na Caparica, a espanhola Garazi Sanchez-Ortun e a portuguesa Camilla Kemp são outras das top 100 mundiais. Yolanda Hopkins, Mariana Assis, Leonor Fragoso ou as wildcards locais Mafalda Lopes e Inês Bispo são algumas das que se juntam às compatriotas, perfazendo um total de 11 portuguesas.
Reforço
Entre os portugueses destaque para um nome que se juntou à armada apenas este ano. Raul Bormann nasceu no Brasil, mas mudou-se recentemente para o nosso país. “No Brasil era o 4º nacional. Era bom, mas precisava de mais para dar início à minha carreira. No final desse ano fui convocado para o Mundial Júnior da ISA, nos Açores. Após esse campeonato comecei a imaginar-me a viver em Portugal”, conta a Record o jovem de 19 anos.
Foi precisamente na Costa de Caparica que se instalou. “Comecei a fazer contactos e vi que havia possibilidade de viver cá”, recorda. A partir daí tudo começou a correr como planeado. “Fiz uma primeira competição em Sesimbra, onde fui vice-campeão em júnior e open, depois na Ericeira fui campeão júnior e top 3 no Open. Foi aí que percebi que este era o país em que queria viver e esta a bandeira que queria defender nos próximos anos”, assegura-nos Bormann.
“Aqui há mais campeonatos, os prémios são maiores, o nível é bom e há muita qualidade de ondas. Assim vou conseguir evoluir bastante”, remata Raul Bormann, que terminou 2017 à porta do top 400 mundial, depois de ter chegado aos oitavos-de-final na Caparica. Este ano, já a competir com a bandeira portuguesa, mostra-se motivado para conseguir “chegar ainda mais longe”.
Tops em espera
O lote de portugueses em prova poderá aumentar em número e qualidade. Isto porque estão seis surfistas nacionais em ‘lista de espera’, depois de as inscrições terem esgotado em tempo recorde.
Devido a atraso na inscrição, nomes como Marlon Lipke, Pedro Henrique, Nic von Rupp ou Eduardo Fernandes esperam agora por desistências de última hora para poderem ter vaga. Um cenário complicado, uma vez que Lipke, o mais bem posicionado de todos, é apenas o sétimo alternate da lista.
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